segunda-feira, 5 de setembro de 2011

DESENCANTO




Caminho pelas ruas, sinto-me descalça, nua.
Sinto como se tivesse perdido a memória
E se não a memória, não sei ao certo
Mas acho que perdi a essência.
Sei quem sou, ou pelo menos sei como estou e como me sinto,
Mas não me recordo mais quem eu fui,
Ou o que sentia antes.
Não consigo mais fazer as coisas que antes fazia,
Não me encontro em nada!
Não me concentro em nada!                       
Não leio mais nada, não escrevo mais nada...
Sobre carregada de tudo, cansada de tudo!
Todos os caminhos que percorro querendo fugir de mim,
Levam-me sempre ao mesmo destino... A solidão!
Ao silencio que me assombra em meio ao barulho ensurdecedor da cidade
À escuridão das paredes brancas do meu quarto, a minha cama vazia, outra vez...

Ando mal, nervosa, triste e de muito mau humor!
O nada me persegue,
Me embaraça as pernas e me joga ao chão todas as vezes que tento fugir dele.
Não reconheço mais a imagem que se reflete no espelho,
Nem esse tormento ao discorrer essas palavras sobre o papel que antes eram tão calorosas
E me aquecia a alma sedenta de sonhos inalcansados...
E que nunca alcansarei.
Meu sorriso Candido e alvo, não se mostra mais, perdeu o brilho.
E eu?
Perdi o encanto, perdia a graça, a alegria de viver.

Leila Machado.



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