segunda-feira, 29 de novembro de 2010

VERMELHO





Nesse emaranhado de cachos vermelhos
Vejo tudo vermelho
Sinto-me entorpecida por essa cor
Inspira-me o sabor do vinho
O sabor do pecado lúcido
Inspira-me a dançar tango
Sinto o cheiro das rosas
Sinto-me embriagada

Fico tonta
Com tanto vermelho
Vejo sangue
Vejo amor
Vejo doçura
Sinto calor
Vejo morangos
Vejo uvas
Vejo a Itália
Vejo Espanha
Vejo Madri

Vermelho...
Me traz lembranças
Do perfume doce de minha amada
Do sabor doce que ela tinha
De como me embebia em seus cabelos vermelhos
De como me embaraçava por entre eles

Mas seus cabelos longos antes negros e loiros
Não serviram de corda na minha queda do precipício
Caí e me perdi do vermelho da minha vida...

Carrego sangue apenas de vermelho em meu corpo
Minha alma é branca, é pálida é assustada
É louca, insana, é fria
O teu vermelho me aquecia

Hoje...
Nem vinho
Nem uvas
Nem os morangos
Nada me trará de volta o vermelho que perdi
Quando caí dos seus braços.

Leila Machado.



sábado, 27 de novembro de 2010

BRAÇOS DO SEU MAR




Batidas na porta da frente,
Nostalgia querendo invadir a casa deserta
Saudades de um tempo não vivido...

Sinto que conheço você
Fria, quente, gelada ou fervendo
Sinto que conheço esse toque
Tenho certeza que essa boca já beijara antes

Tudo parece tão próximo
Tão familiar
Tão meu!

O tempo não conseguiu ruir
Certas lembranças cravadas a minha alma
Suas digitais no corpo.

Sentimentos inconstantes dentro de ti
Essa agonia, essa inquietação,
Esse não querer querendo-me mais
Mais, e mais, e mais...

Dói!
Deus!
Como dói...
Mas eu amo o jeito que você mente pra mim
O jeito que me tortura,
O jeito que me queima,
O jeito que me arde aqui dentro

Eu me mato todas as vezes que te desejo
É como cobiçar o impossível
É como querer alcançar a Deus
Com as mãos cheirando a pecado.
E ainda assim quero suicidar-me...

Mutilar meu corpo quase sem sangue, sangrando
Na lamina dos seus dentes afiados
Que me avermelha a boca toda vez que me beijas

Não parta para outra vida
Não se perca de mim outra vez
Espere-me!

Deixe que eu te alcance os ombros altos
Eu sou tão pequena perto de ti
Segure, veja as minhas mãos estendidas a você
Toma o amor que trago aqui no peito
Toma que é seu e guardei pra te dar
Por que eu escolho você
Entre todas para ser a minha mulher
Nesta e nas próximas vidas...
E ainda que venhas homem te amarei
Porque sua alma é a metade da minha

As águas do rio que há em mim é doce
Deságuam nas suas cachoeiras
Eu corro pros braços do seu mar...

Leila Machado.








quarta-feira, 24 de novembro de 2010

AO ANJO MESQUITTA



Por que só você tem o dom de me fazer sorrir!
Minha querida amiga...

Meu ombro
Meu consolo

Arranca de mim toda a tristeza
Arranca de mim toda a agonia

Quando estou desolada
Quando penso que estou no fundo do poço
Quando penso que cheguei ao fim...

Tuas mãos me socorrem
Tuas palavras me confortam
Teu abraço é o meu refugio

E todas as lagrimas que antes me afogavam
Vão-se as nuvens
E o Sol se abre...

Adoça-me a boca e vida com seus chocolates
Deixa-me mimos na caixa do correio
Sacia a minha fome
A minha fome de tudo!

Pinta nos lábios meus,
O meu melhor sorriso

Dei-me a força que preciso para seguir em frente
Ensina-me a caminhar, dando-me o teu apoio

Como não te amar se és...

O meu anjo bom
O meu anjo arauto
O meu abrigo!?

Nem todas as minhas palavras
Claramente (sempre) confusas
Traduziriam o que representa você!

Só posso dizer que és sonho
Porque não posso acreditar em tão maravilhosa realidade
Por isso oh amiga,
Fujo e me escondo tanto...

Leila Machado.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

DESASSOSSEGO



 
Tenho escrito muitas coisas, 
Em meio a confusão dos sentimentos
Não consigo nada concluir
Todas as palavras se misturam e se confundem
Não consigo organizá-las, ou entoá-las
Todas querem tomar a mesma direção
Entupindo-me cada  válvula, até a de escape
Todas querem sair em apenas um tom!
O tom do desespero...
O mesmo desespero, com a buzina do seu carro
Vem ferir os meus ouvidos
A meia noite despertando-me o sono casto.

Já que não me entendes na poesia que escrevo,
Que não enxerga a minha fidelidade
Leia-me os olhos lacrimejantes
E aflitos clamando por ti quando de emoção
Choro enquanto me amas louca na cama

Eu poeta soturno,
Ponho-me a frente do piano
Escrevendo versos mudos
Desprovidos de métrica
Que nada dizem pra você.

Pensei num recado falado
Mas a sua covardia não me permite falar
Seus ouvidos estão surdos

“ Como vou deixar você,
Se eu te amo? ”
Se tens o poder de tragar todos
Os meus sentidos enquanto me beijas?
Confia em mim meu amor
Sou dama de alta fidúcia

Por que só você me faz sentir mulher
Sem nunca perder o ar juvenil
Sinto-me fêmea quando estou nos seus braços
Sinto-me sua fêmea!

Não permitirei mais que o seu coração sofra
Dou o meu para que o seu não pereça...
Porque agora descobri a real
Razão de minha existência,
Eu nasci pra amar você!
E vou fazer jus a minha missão.

Não quero mais saber ser só
Não quero mais estar só
Sou metade sem você
Sou um livro perdido
Sou um pássaro de asas quebradas...

O amor chegou e me tombou
Com todo o seu tenebroso esplendor
Não fala nada, apaga a estrada
Que seu caminhar deixou na areia
Esqueça tudo!
Por que toda a razão e todas as palavras
Não valem nada quando o amor chega
E nos toma nos seus braços febris
Dissolvendo-nos em suor.

Então...
Está tudo dito!
Se ainda assim não entender o que estou lhe dizendo
Com todas essas palavras soltas...
Vou tentar ser mais clara e formular uma frase:

-Eu renuncio a tudo em troca do seu amor!
Esse amor que me diz mentiras, que me inventa verdades...

 E se alguém me diz que você pode me ferir
Com essa calma de um Deus, com esses olhos de uma fera...
Eu prefiro não ouvir!
Não me importa mais nada.

Leila Machado.







quarta-feira, 17 de novembro de 2010

CONFUSÃO

Joana, Mariana, Sabrina Tininha...
Todas estupidazinhas, amavam
Paloma.

Não vou dizer mais nada!

Leila Machado.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

MISTERIO VENTRAL




No teu corpo branco eu me perdi,
Enquanto dançava sobre tua língua...
Todo o meu corpo balançava sobre tua língua,
Que insana fazia-me perder o equilíbrio...

Dancei tanto sobre tua língua
Sobre o teu corpo grande e branco
Perfumado de free
Que me faltou às pernas
E me sobejou o delírio
De um desejo inalcançado...

A areia movediça do meu ventre
Chamava por teus dedos
Que eles todos mergulhassem
E se afogassem dentro em mim

Você cedeu aos meus caprichos feminis
Penetrou meu corpo e se banhou do meu prazer...

No fim do gozo casto...
Partiu pálida de susto, tremula de medo
E cheia de pavor das minhas entranhas
Do mistério que há no reino de meus ciprestes.

Leila Machado.


terça-feira, 9 de novembro de 2010

POR QUE?



Por que, tudo isso acontece?
Por que eu sou tão ferida e maltratada?
Meu coração dói tanto, quando me desprezas...
Diz-me palavras que me machucam
E doem na alma

Por que deixas que a mágoa e o sofrimento tomem conta do meu ser,
Matando-me aos poucos?
Por que não amas aquela que saiu de teu ventre?
Por que trata-me como a pior das pecadoras?
Por que fazes isto?

Por que?

Não vê que o meu coração sofre
Derrama-se em lagrimas,
Quando penso no que fazes comigo?
Não vê que és a minha protetora?
Que só você pode aquecer o frio que sinto?

Não ves, oh amada?

Que o teu sangue corre nas minhas veias?
Que sou tua perfeita imagem quando criança?
Por que me matas com as próprias mãos
As mesmas que um dia carinhos me fez?

Por que?

Não sabes que te amo?
E te amo tanto...

Queria afogar-me nos braços teus e sentir tua mão a me proteger
Queria ouvir dos teus lábios que me amas.
Por que não tens pena do meu lamento e de minha dor?
Entenda que não posso viver sem que me ames...
Por que te amo a ponto de dar a minha vida em troca de um sorriso seu.

Oh amada!
Não despreze o meu olhar enquanto choro
Coloque-me em teus braços...
Apenas por um momento...
E me faz sentir o teu coração bater mais forte

Sou eu...
Sou eu a  tua metade
Sou o que se formou dentro de ti
Sou aquela que saiu de tuas entranhas
Sou uma vida que vive em sua vida
Sou o que sem razão aconteceu
Sou aquela que se desespera por dentro
Ao ver tua face negar-me
Sou aquela que quer teu colo
Apenas um instante
E assim poder eu, morrer em paz!
Sou aquela que te ama
E aguarda com sofreguidão o teu amor
Sou eu, a tua filha que com dor e lagrimas te escreve
E lamento às vezes ter nascido.

 Leila Machado.


Baseado na historia real de Yasmim Mendes, testemunho da mesma.

domingo, 7 de novembro de 2010

VENENO LETAL




Você que tanto me questiona
Que cobra de mim o que não tenho
Que pede, clama, chora
Por  alegrias enquanto apenas sinto tristeza

Não já sabes que minha alma é negra
Como as trevas e a escuridão?
Que já me acostumei a morte
A doença do espírito!

Finja para mim essa alegria
Que tanto me cobras
E que sei, que também não tens
Desenha um sorriso em meu rosto
Traz-me um pouco de felicidade
Uma pequena dose, mínima e qualquer
Pinga aqui no meu peito vazio...
Vamos!

Beija-me face desdentada
Descabelada e suja...
Faça amor comigo enquanto choras...
Enquanto berras
Enquanto delira atuando o prazer que não sentes!

Devore-me,
Ou me engula inteira!
Beba-me o gozo
Chupe-me os dedos descalços
E lamba minhas feridas
Na esperança inútil de curá-las...

Sou quase um bicho
Um bicho solitário e triste
Sou frigida
Vazia
Sou nada!

Cruza meu caminho quem tem coragem...
Quem por burrice ou curiosidade
Tenta me desvendar...

Todos é que acabam vendados
E perdidos no labirinto dos meus corredores sem luz
Nas curvas do meu corpo
Queimam-se nos meus olhos
Afogam-se na minha saliva
Morrem estilhaçados nas laminas dos meus dentes
Caem no buraco sem fim do meu umbigo...

No fim...

Todos se vão!
Nem o mais bonito dos mortais
Nem a mais bela alma
Morrem feito rosa num vazo seco
Murchando aos poucos
Perdendo o perfume e o colorido...

Cuidado!

Meus segundo e terceiro nomes são: Veneno Letal!

Leila Machado.


sábado, 6 de novembro de 2010

OS VIZINHOS




E se todas as vozes se calassem?
Os vizinhos a espreita da janela nos espiam...
Vigiam a todo custo nosso amor
Tentando ouvir o que tanto sussurramos...
E por que gememos tanto.

Seria dor?
Indagam.
E tanto suor?
Calor?
Por que tanto se tomam?
Por que tanto se mordem?
Tanto se comem?

Eles todos pensam: devem ser doce uma ao paladar da outra.
Devem ter pele de seda, porque as mãos escorregam com tanta facilidade...

Felizes são elas!

Exclamam os vizinhos invejados...

Somos como gatas no cio!

Leila Machado.


sexta-feira, 5 de novembro de 2010

CORPO SEM ALMA




Se tu queres assim
Se preferes assim
Pois que assim seja!
Não te perturbarei mais.
Nem estremecerei mais teus alicerces
Sairei de tua vida

Não quero minha alma!
Fica com ela
Já que a enclausurou em teu quarto
Mantenha-a fria
Ou quase congelando

Que assim, com ela fria
Mesmo longe de mim e perto de ti
Dormindo contigo de “conchinha”
Ela manterarme também fria
Para as novas paixões que me cruzar

E assim eu, corpo sem alma
Vou pervagando no colorido das sombras
Pulando os precipícios
Voando nos vales
Sem nunca fincar os pés no chão

Não permitirei que outra me toque
E ainda que ouse tocar-me
Não alcançará minha alma
Pois esta no fim de nós
Escolheu desde o começo ficar contigo

E eu assim permitir
Por minha auto- proteção
Por que uma mulher má
Quebrou minhas muralhas
Levou meus ensejos
Meus sonhos
E os encantos que tinha

Prefiro agora ficar assim
Insensível
Vazia...
Oca!

Leila Machado.


CONFISSÕES



Vim confessar a minha estima
Vim dizer-te em poesia
Que no alvorar da madrugada
Repouso meu corpo nu sobre o teu em sonho

Ah... Esses cabelos ruivos
Esse sorriso nato

Por vezes desejo que o teu destino
Seja o meu destino

Ah... Minha querida amiga
Tenho me esquivado tanto deste fardo
Deste sofrimento que é selar minha boca dessa dor

A distancia nos separa
Nossos horários não coincidem
Eu conspirando contra o universo...

Minhas pobres palavras
Desprovidas de técnicas
De sintaxe e metáforas
E ricas em verdades do meu fragilizado ser

Há tempos que perdi o requinte
Não sei mais bailar em prosa

E diante de tanta beleza
De tanto descontentamento
Minha face morena enrubesce
As palavras calam-se a pena
Todas elas recolhem-se ao coração

Eu com meus olhos graúdos de negra
Miro os teus míopes olhos na foto
Percebo cada detalhe, cada falha do teu rosto sem defeitos

Esse olhar misterioso e cheio de feitiços
Esses olhos me prendem por horas a fio...

A essa hora, por onde andarás mulher
De macia e cândida carne?
Pensarás por uma única vez em mim durante o dia?

Responda-me em espanhol!
Irlandês, ou Italiano...

Por que a língua portuguesa, todos cá entendem
E esse amor cultivo em segredo
A linha que o segura é tênue...
Tenho medo de se quebrar
Se partir-se eu é quem ficarei em cacos

Ah... amada que passas...
Deixa um mimo e vai embora
Só  Deus sabe quando vou te encontrar
E se eu vou te encontrar...

Se entenderes minh’alma como penso
Saberás de verdade que o que sinto
Não é maldade, não há interesse
Se não em apenas desabafar o que aqui trago
E derramo em letras sobre o papel

Fico no desengano da utopia
E desenlaço essa poesia
Confessando-lhe: te quero!

Leila Machado.

ODEIO




Odeio o jeito que me olha
Odeio como me rende aos teus encantos
Odeio o jeito que te nego
Odeio  como que te desejo tanto

Odeio esperar você  ligar
Odeio a euforia que sinto ao antender

Odeio como corre com o teu carro
Odeio quando vai embora sem me levar
Odeio quando volta sem avisar

Odeio ser tua companhia de bolso
Odeio te ter só um pouco

Odeio isso que você faz
Odeio esse misto de risos e lagrimas
Odeio ter que esperar num canto qualquer

Odeio a forma confusa e desesperada
Com que desabotoa a minha blusa
Odeio ser ilegal na sua estrada

Odeio ser mais uma em sua cama
Odeio ser sua amante
Odeio ser a mulher de sua vida

Odeio como me arrasto a seus pés
Odeio os carinhos que me dá
Odeio esse fecho éclair

Odeio como ficas calada enquanto discurso
Odeio quando me questiona
Odeio como não sei viver sem você

Odeio essa loucura e essa harmonia
Odeio essa paz e essa inquietude
Odeio essa tristeza e alegria

Odeio como me possui e como me ama
Odeio sua estúpidez e sua inteligência
Odeio essa sua irredutibilidade

Odeio pensar que você pensa em mim
Odeio essas outras que querem me roubar você
Odeio não poder matar todas elas

Odeio ter que despejar meu odio no papel 
Odeio esses nossos pequenos detalhes

Odeio sua cabeça cheia de problemas
Odeio suas limitações
Odeio suas responsabilidades

Odeio te querer tanto
Odeio te precisar tanto
Odeio!

Odeio...

Odeio essa estrada que eu não sei onde vai dar
Odeio querer seguir em frente ao lado
Odeio ter que mentir pra mim mesmo

Fingindo todo esse ódio...

Odeio o fato de não te odiar
Nem mesmo um pouco...

 Leila Machado.
 





PS: inspirado no filme 10 coisas que eu odeio em você...

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

APENAS POESIA




Sinos da igreja aqui em frente
Fazem um inaudível e ensurdecedor barulho
Alimentando ainda mais minhas frustrações a seu respeito
Por onde andarás nesse momento?
Não vê que a solidão dilacera-me quando vais embora?

Às vezes sinto imensurável vontade de implodir  teu carro
E atear fogo em tua “casa azul”
Destruir os teus sonhos
Derramar meu pranto
Meu sangue
Borrar teus planos
Cortar tua face
Desvendar estes tantos segredos
Revelar todos e a todos teu verdadeiro eu
Porque eu conheço teus anseios e traumas
Eu!

Pancadas na porta...
É apenas o vento
A cortina dança seu balé quando ele passa por ela.
O ponteiro dos minutos parece querer incontrolavelmente andar para trás
Eu lutando contra ele, empurrando-o para frente.

Queria evaporar na imensidão dessa sarcástica saudade
Que zomba e rola no chão de rir enquanto me ver a cá a pensar em você.

Telefone não toca...
O que fazes agora que não estas a pensar em mim, em nós?
Existiremos mesmo nós?
Ou é ilusão de minha caixa vazia de pensamentos?
Melhor pensar ser mentira tudo que vivemos
E estar preparada para o final
Porque não suporto mais você se arrogar do meu coração e ir embora sem se importar

Dizes que me adora...
Que sou a mulher da sua vida!
E quando te procuro a noite, não te acho
Quando acho, não sei te tratar com frieza...

Sem essa de casamento aberto!
Eu sou fã dos relacionamentos fechados
Travados
Trancados
Lacrados
Por que quando amo...
Sou mulher, sou menina, sou puta...
De um “homem” só!...
Não há quem me faça doar meu amor e meu sexo
A outro que não o ser por mim amado naquela hora

Não me empurres para outras mulheres
Outros cabelos negros, ruivos ou loiros
Não me enfie outros dedos que não os teus!

Finalmente o portão da garagem se abre
E tu rompes a barreira da porta
Com as chaves nas mãos me indagas curiosa:

-Escrevendo uma carta?

Eu respondo com exatidão:

-Não amor, é apenas poesia.

  
Leila Machado.