Você que tanto me questiona
Que cobra de mim o que não tenho
Que pede, clama, chora
Por alegrias enquanto
apenas sinto tristeza
Não já sabes que minha alma é negra
Como as trevas e a escuridão?
Que já me acostumei a morte
A doença do espírito!
Finja para mim essa alegria
Que tanto me cobras
E que sei, que também não tens
Desenha um sorriso em meu rosto
Traz-me um pouco de felicidade
Uma pequena dose, mínima e qualquer
Pinga aqui no meu peito vazio...
Vamos!
Beija-me face desdentada
Descabelada e suja...
Faça amor comigo enquanto choras...
Enquanto berras
Enquanto delira atuando o prazer que não sentes!
Devore-me,
Ou me engula inteira!
Beba-me o gozo
Chupe-me os dedos descalços
E lamba minhas feridas
Na esperança inútil de curá-las...
Sou quase um bicho
Um bicho solitário e triste
Sou frigida
Vazia
Sou nada!
Cruza meu caminho quem tem coragem...
Quem por burrice ou curiosidade
Tenta me desvendar...
Todos é que acabam vendados
E perdidos no labirinto dos meus corredores sem luz
Nas curvas do meu corpo
Queimam-se nos meus olhos
Afogam-se na minha saliva
Morrem estilhaçados nas laminas dos meus dentes
Caem no buraco sem fim do meu umbigo...
No fim...
Todos se vão!
Nem o mais bonito dos mortais
Nem a mais bela alma
Morrem feito rosa num vazo seco
Murchando aos poucos
Perdendo o perfume e o colorido...
Cuidado!
Meus segundo e terceiro nomes são: Veneno Letal!
Leila Machado.
eca!
ResponderExcluirVelhoooooooooooooooooooo. Até quando vc tenta ser cruel, vc acaba sendo magnífica!
ResponderExcluirPois é, também sei ser cruel as vezes... kkkkkkkk
ResponderExcluirFerida fétida aberta na alma
ResponderExcluirCausa náuseas ao perispírito.
Sangria suave, lenta, acalma
Os sofrimentos do espírito.
Sofrimento útil – perturbação!
Não há vida no corpo (é morto).
Estado lento desta separação
Quando a alma deixa o corpo.
Dor sentida pelo estado vital
Depurado na alma, no momento
Que cessa-se o elo - é fatal
Vem angústia, agonia moral
Aumenta seu atordoamento
Até que se liberta por total!
Belo cadáver que chegou a praia sem desfigurar-se.
ResponderExcluirDe lívida face,
Olhos abertos como se estivesse “viva”,
Mirava o nada,
Via o fim.
Perscrutou-lhe você,
Tão ingênuo,
Perdido entre os ventos e os silêncios
Do anoitecer...
Sentiu o sangue que pintava seus lábios,
Aparentava ser doce.
Cadáver de amavios
Que o mar trouxe.
-Traga-o de volta para mim!
Dizia a voz distante.
Mas você carregou-o para longe,
Para onde do mar se esconde.
Não há caminhos de volta, nem navios.
Anjo níveo melífero,
Para o teu bem,
Devolva esse cadáver venenífero
Para fera que pertence,
Antes que os abutres
Venham lhe comer também...
Cibele Oliveira