sábado, 27 de novembro de 2010

BRAÇOS DO SEU MAR




Batidas na porta da frente,
Nostalgia querendo invadir a casa deserta
Saudades de um tempo não vivido...

Sinto que conheço você
Fria, quente, gelada ou fervendo
Sinto que conheço esse toque
Tenho certeza que essa boca já beijara antes

Tudo parece tão próximo
Tão familiar
Tão meu!

O tempo não conseguiu ruir
Certas lembranças cravadas a minha alma
Suas digitais no corpo.

Sentimentos inconstantes dentro de ti
Essa agonia, essa inquietação,
Esse não querer querendo-me mais
Mais, e mais, e mais...

Dói!
Deus!
Como dói...
Mas eu amo o jeito que você mente pra mim
O jeito que me tortura,
O jeito que me queima,
O jeito que me arde aqui dentro

Eu me mato todas as vezes que te desejo
É como cobiçar o impossível
É como querer alcançar a Deus
Com as mãos cheirando a pecado.
E ainda assim quero suicidar-me...

Mutilar meu corpo quase sem sangue, sangrando
Na lamina dos seus dentes afiados
Que me avermelha a boca toda vez que me beijas

Não parta para outra vida
Não se perca de mim outra vez
Espere-me!

Deixe que eu te alcance os ombros altos
Eu sou tão pequena perto de ti
Segure, veja as minhas mãos estendidas a você
Toma o amor que trago aqui no peito
Toma que é seu e guardei pra te dar
Por que eu escolho você
Entre todas para ser a minha mulher
Nesta e nas próximas vidas...
E ainda que venhas homem te amarei
Porque sua alma é a metade da minha

As águas do rio que há em mim é doce
Deságuam nas suas cachoeiras
Eu corro pros braços do seu mar...

Leila Machado.








4 comentários:

  1. Gostaria de comentar um a um, mas o tempo, este senhor soberano, não me permite. Um dia desses, meto este senhor no freezer e faço o que der na telha. Continuas a escrever como quem clama algo que parece se assemelhar a quem lê. Simples e belo todos os seus textos. Ternos como você, minha pequena Leila, que diz ter beijos quentes e molhados. Não duvido. Feliz de quem os carrega nos lábios e na alma.

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  2. Ohhh Iza, vc não imagina a falta que vc tem me feito aqui no blog... Mas assim como os passaros, uma hora a gente tem que deixar o ninho e o afago da mamãe e voar com as nossas proprias asas, sem nunca esquecer onde tudo começou...

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  3. Lindo! Emocionante, suave como a língua do mar invadindo a praia, suas palavras invadem quem lê.
    Sabe Leila, é muito bom a gente achar que existe uma alma em algum lugar do mundo que nos completa, mesmo que essa alma ainda não seja sua por inteiro. Eu achava que tinha uma aqui bem perto de mim, que só tijolos nos separavam e que um dia, um belo dia... Então descubro que não, que minha alma não é dele, pois minha alma é só, e como essas almas que vagam os mundos sozinhas. Sabe minha Pequena, por mais que doa vc sentir um liame com alguém, mesmo que seja assim como o seu, às vezes do céu ao inferno, ainda assim é melhor do que ser só...

    Bjs linda

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  4. Cibele...

    Não ha como possuir a alma de ninguem, sobre tudo por inteiro, ainda que nós desejemos muito isso... Isso que se faz parecer uma posse, é apenas a sensação da necessidade que pensamos ter da alma daquele outro, é o que se faz pensar ser o nosso complemento...
    Já que qdo estamos apaixonados pensamos ser metade sem o outro. Nossa alma é de fato só!

    Embora ela nao aceite ser só no fogo da paixão, que nos engana muitas das vezes nos fazendo pensar ser ela ( a paixão ) amor, por isso necessitar do outro doi tanto...

    Beijos linda rosa!

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