sexta-feira, 5 de novembro de 2010

CONFISSÕES



Vim confessar a minha estima
Vim dizer-te em poesia
Que no alvorar da madrugada
Repouso meu corpo nu sobre o teu em sonho

Ah... Esses cabelos ruivos
Esse sorriso nato

Por vezes desejo que o teu destino
Seja o meu destino

Ah... Minha querida amiga
Tenho me esquivado tanto deste fardo
Deste sofrimento que é selar minha boca dessa dor

A distancia nos separa
Nossos horários não coincidem
Eu conspirando contra o universo...

Minhas pobres palavras
Desprovidas de técnicas
De sintaxe e metáforas
E ricas em verdades do meu fragilizado ser

Há tempos que perdi o requinte
Não sei mais bailar em prosa

E diante de tanta beleza
De tanto descontentamento
Minha face morena enrubesce
As palavras calam-se a pena
Todas elas recolhem-se ao coração

Eu com meus olhos graúdos de negra
Miro os teus míopes olhos na foto
Percebo cada detalhe, cada falha do teu rosto sem defeitos

Esse olhar misterioso e cheio de feitiços
Esses olhos me prendem por horas a fio...

A essa hora, por onde andarás mulher
De macia e cândida carne?
Pensarás por uma única vez em mim durante o dia?

Responda-me em espanhol!
Irlandês, ou Italiano...

Por que a língua portuguesa, todos cá entendem
E esse amor cultivo em segredo
A linha que o segura é tênue...
Tenho medo de se quebrar
Se partir-se eu é quem ficarei em cacos

Ah... amada que passas...
Deixa um mimo e vai embora
Só  Deus sabe quando vou te encontrar
E se eu vou te encontrar...

Se entenderes minh’alma como penso
Saberás de verdade que o que sinto
Não é maldade, não há interesse
Se não em apenas desabafar o que aqui trago
E derramo em letras sobre o papel

Fico no desengano da utopia
E desenlaço essa poesia
Confessando-lhe: te quero!

Leila Machado.

7 comentários:

  1. Leila, minha amiga, vc é uma daquelas jóias que eu encontrei em meu destino virtual. Não vou te largar tão cedo. Confesso, estou aprendendo com tuas verdades, e sei que para vc é muito mais difícil “dizê-la”, mas mesmo assim o faz. Esse tom confessional que nossos blogs estão interligados parece coisas de livro. Como já havia lhe dito, nós duas somos muito parecidas, somos como um sândalo que só sabe perfumar quem nos fere. Nossa alma feminina não perdeu a essência romântica que a natureza deu às mulheres, e que muitas perderam por vergonha, medo, ou por negarem o que Freud disse ser um “Complexo Édipo”. As mulheres têm deixado o seu verdadeiro “eu” feminino e buscado uma promiscuidade travestida em pornografia, em modernidade. Exemplos: Mulheres frutas, mulheres nuas e tão poucas poetisas. Mas eu e vc, nós somos fiéis ao cerne que Deus nos deu, e essa é a grande verdade, a nossa verdade.

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  2. Te adoro muito, vc bem sabe. Em sonhos nós sempre nos encontraremos, amiga! Vá a meu jardim (blog) quando quiseres. De sândalo para sândalo. Sempre que está por lá, tudo fica bem mais florido!
    Bjs

    Ah, confesso... rsrs
    Há dois poetas virtuais (você é um deles) que tem me roubado com palavras.
    Mi rubi L’anima com Le tue parole...

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  3. nao sabes mais bailar em prosa???
    nao brinca!!

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  4. Cibele querida...

    Vc sempre consegue calar-me... Deixo que a poesia fale por mim, que o perfume de minhas rosas te toquem suavemente...

    Nada mais posso dizer, além do que ja disse!

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  5. Bem verdade o que minha professora cansa de dizer... Um texto só é bem lido depois de duas, três vezes, e agora, depois de ler com outros olhos, elejo esse um dos meus preferidos!

    Perfeito =O

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