domingo, 31 de outubro de 2010

DURMAM ANJOS



Durma com os anjos,
depois que dormir,
mande-os embora e faça amor comigo em seus sonhos...
Porque os anjos...
Estes são puros do nosso pecado!

Te amo!

Leila Machado

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

CASTA



As nuvens, lá fora, fumaçam o colorido do dia
Em louvor a sua ausência.
Há tantas cartas amontoadas em meu quarto,
Deito sobre elas feito cama e travesseiros,
Se ao menos eu pudesse endereçá-las a você...

Nada me consola...
Nem suas roupas no armário,
Nem suas fotos;
Nem teu resto de perfume naquele frasco sobre a estante...

Tenho-te tanto,
E quanto mais te tenho,
Mais te quero!

Beijos e sussurros, línguas ao pé do meu ouvido...
Abraços que me acalentam a alma fria e solitária.

Minha boca, o encaixe perfeito da sua,
Nossos corpos juntos, quase parecem um
Quando repouso farta sobre o teu peito suado...

Não me fale de um amanhã que talvez virá…
Ninguém sabe, ninguém nunca viu,
O amanhã que sempre se tem todos os dias...

Fale-me do hoje!
Beije-me, abrace-me e sinta-me hoje!
Sinta como sou sua...
Inteiramente sua!
Quando com esses dentes mordisca-me a carne
Quase que me enlouquecendo o juízo a meia noite e meia
Me pedindo dengosa carinhos na madrugada...

Não fale-me de outros amores,
Oh, não fale!
Sinto que a qualquer momento posso morrer de ciúmes,
É como navalha riscando minha pele, arrancando pedaços de mim
Como ferro em brasa viva, sobre minha carne macia...

E todas as dores do mundo não se assemelham a tamanha lastima
A tamanho sofrimento...

E quando falo de morte, é porque essa é única e viril
E se daqui fostes para não mais voltar
Apenas ela consolar-me-ia da vida vã...
Desse vazio que nenhuma outra alma preenche...
E olha que já procurei em outros corpos uma alma igual a sua.
Voltei de mãos vazias...
E com os olhos lacrimejando.

Por isso, oh minha querida, te preciso e te careço tanto.
Luzes perdem o brilho sem você aqui dentro...
Pássaros, fotos e jardins já não valem mais a pena.

Você possui nas mãos o dom de me fazer voar
Não arranque de mim, minhas asas, eu vos imploro!

Vou ficar quieta e intata,
Quase que intocada
Casta.

E prometo guardar meu corpo e meu amor só pra você.

Leila Machado.



sábado, 9 de outubro de 2010

MATEM O AMOR




O desespero bate e assombra a porta do meu quarto sem portas
As lágrimas que antes se suportavam dentro cá dos olhos meus,
Perderam a força e rolam sobre minha face triste sem cessar ...
E agora estou perdida, sinto a mesma dor de 3 anos atrás

Coço a cabeça, nos meus olhos o desespero e confusão são evidentes
Não sei o que fazer e talvez nem quisesse mais ter o que fazer
Porque simplesmente não há mais razão...

A razão que antes era minha agora se agarra nos braços daquela desconhecida, conhecida no bar ! 

( *&¨%$#@! )

Sinto enorme vontade de morrer, mas a morte foge de mim feito o diabo foge da cruz!
Ainda assim rogo-lhe e peço que me tome em seus braços negros e pálidos feito casal apaixonado e me mate de maneira branda consumindo cada célula vital do corpo meu!

Dei-me  o seu abraço mais apertado adorada morte, tire-me desse castigo chamado viver

Eu vos peço!

Pois já não sinto mais meus pés e quando olho para trás não vejo as pegadas que queria deixar para que ela me seguisse e sem ela, não há mais caminho,  nem  solidão.

Há apenas um vazio dentro de um nada!

Ando nua pela casa deserta,  como quem vaga pelas ruas lamacentas,
como quem escorrega nos  “becos” e vielas...

Perguntar a deus a razão dessa falta de razão?
Aos deuses de gesso imóveis ali no altar?
Não!
Todos eles estão mudos a espera da vela de segunda – feira...
Como me iluminar se eles próprios vivem na escuridão?
Coitados!

Meu amor, meu ex amor, que agora se delicia na boca de outra?
A minha amante que agora, nesse exato momento, repousa farta do corpo de sua namoradinha? 
E de manhã me ligará para dizer que viu meu rosto na cara da "oficial"?

Faz-me rir tamanha hipocrisia, tanto falso moralismo!

Todos somos tolos, eu tonta que acreditei num sentimento que certa vez quase me matou,
e elas que se arriscam do mesmo modo.

Quem precisa de amor?

Amor é um veneno que se faz gostoso na boca,
Que nos toma lentamente,
nos entorpece,
jura pra você que é eterno,
mas não suporta o seu momento de fragilidade e na primeira instância se aboleta no sexo de outra.

O amor sinonimo do egoísmo, não entende quando você quer afasto-lo de si por medo ou proteção, apostando todas as fichas e acreditando que ele será para todo o sempre eterno
e que força nenhuma jamais o destruirá, nem mesmo a sua.

MENTIRA!

Pros diabos o amor! ( *&¨%$#@! )

E a vocês meus caros leitores, deixo aqui um conselho,
na primeira oportunidade matem o seu coração,
arranque-o  pois ele é o seu inimigo mais intimo.

Leila Machado.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

PENSEI




E eu pensei que eras tu que  luzia quando a escuridão da noite invadia minha alma em busca de aconchego...
Pensei que eras tu, que me acarinhava a pele, quando o sol se escondia atrás de mim..
Pensei que  tu haveria de secar as minhas lágrimas que um dia caíram sobre aquele livro de paginas rasgadas  enquanto a outra partia...
Pensei que eras tu que me olhava quando eu brincava serena na praça e nadava em mar aberto...
Pensei que eras tu que eu comia e bebia insanamente e incansavelmente...
Pensei que eras tu vazio e seco e cheio e tão cheio  de mim...
Pensei que fostes tu razão de minha essência...
Pensei que fostes tu o perfume que ainda pouco dançou em minha sala muda...
Pensei que foste tu a voz que ecoava dentro de minhas paredes pintadas de azul celeste...
Pensei que fosse teu o hálito fresco que soprou por sobre a minha boca enquanto eu roçava a língua nos lábios...
Pensei que fossem teus os dedos que me colocaste a pena a mão para escrever estas palavras sem noção de que nem eu mesma sei...

Quem és tu...

Leila Machdo.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

AO MEU MAIOR AMOR




Hoje, precisamente agora sinto a ficha cair
Olho o teu sorriso nas fotos e não acredito que tudo se foi
Que tudo se partiu, se quebrou...

E uma enorme vontade de sumir me consome
Porque jamais encontrarei em nenhuma outra fêmea o teu perfume
Em nenhum outros braços o teu abraço...

Em nenhuma outra época, em nenhum outro relógio
As horas que passávamos juntas
Muitas das vezes sem beijos ou sexo
Nos preenchendo e nos valendo de nos mesmas
Nos alimentando uma da outra.

E eu sei que jamais amor igual ao teu irei encontrar
O amor que joguei fora.
Eu sou tão sozinha meu amor
Que minha solidão consegue até me consumir de ti agora
Mas foi delicioso te ter aqui dentro
Dentro do meu corpo, dentro dos meus pensamentos
Dentro da minha vida...

Deixo aqui meu pedido de perdão
Com a cabeça e os olhos baixos
Por que não tenho coragem nem de olhar mais essa foto
E saber que desfiz esse sorriso
Que manchei tua alegria com minha tristeza
Que lavei teu rosto com lágrimas de dor e desespero
Perdão meu amor,
Perdão por ser tão negra e borrar o colorido dos seus dias.

Leila Machado.