segunda-feira, 7 de junho de 2010
ELANE
Tchau tristeza, adeus ilusão de morte
Devolve pra mim a aminha menina, eu exijo!
Elane não mora mais em si...
Por onde andará?
Maltrapilha e esfarrapada?
De vestido curto e vermelho, beijando a boca de algum macho
Feito fera no cio?
Não a reconheço nessa maquiagem dura e pesada
E por mais que eu corra não alcanço aquela que esta expulsou
Devolve bandida tristeza, devolve a minha menina moça de seios fartos
E ruivos ornatos que se adornava de flores
Agora só vejo essa de carapuça negra
Que enfeita a face de lágrimas também negras
Caminho na sala vazia e só escuto meus passos acompanhados de gemidos seguidos de gritos de dor. Quem me grita? Elane!
Xô agonia, adeus sombras, devolve cá a minha guerreira
Que não é esta de sonhos já mortos e trucidados
Devolve a minha menina mulher
Que não é esta de cabelos ouriçados
Devolve aquela que sorria quando me via de longe chegar
Que não é esta que só me fala com voz de choro
Devolve aquela de Candido sorriso
Que não é esta infeliz sem dentes que vejo a minha frente
Esta de expressão pesada e imunda
Devolve aquela que pousava seminua pras fotos
A que esbanja sensualidade ao dançar
Que tem cheiro de pureza e de sexo ardil
Vai embora dela, tristeza, sombras tudo de ruim que amaldiçoa minha menina
Vai! Pega o trem das 12 pra não mais voltar!
Leva tuas malas gigantes, leva contigo também esta capa preta
Deixe apenas a minha Elane de pele alva e macia
Não carece usar de preocupação
Eu me encarrego de cobrir seu corpo nu tremulo de frio e de medo
Com o meu tato
Deixa que eu cuide dela feito mãe recém parida
Não feito cafetina que abusa da sua beleza
Beleza sim!
Minha menina é dona de uma beleza pitoresca
Levo-a pra minha casa e visto-a com um vestido branco
Mas parece uma noiva ou mesmo uma princesa, uma rainha
Caminhamos de pés descalços na areia da praia
Comemos frutas vermelhas
Sentindo o cheiro da maresia, e das margaridas
Que a primavera trás com o colorido das árvores
Não se importe mais Elane minha
Não se importe nunca mais!
Durma nos braços meus
Tendo a certeza de que dias melhores que esses virão com o amanhecer
Junto com os pássaros
Dorme meu amor que eu canto enquanto velo o teu sono
Rendida aos encantos desse anjo perdido que de asas quebradas caiu sobre mim
Esse anjo que repousa no meu colo
Em busca de aconchego, um mimo qualquer
Beijo-lhe a face dócil, com um toque suave
Elane sorri, sonhando com seu amor esquecido e que por ela é tão lembrado
Segue teu rumo, quando da madrugada a neblina dispersar filha minha
Filha que não saiu do meu ventre seco
Mas que mora em minha alma noite e dia
"Vai tua vida, que estarei contigo”.
Leila Machado.
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Elane é sortuda de ter uma amiga como vc :D
ResponderExcluirEssa é a sutileza da verdadeira e pura amizade é vc adentrar e dizer estou aqui com você sempre e pra sempre,você está marcando a vida da Elane.
ResponderExcluirLindíssimo texto!
ResponderExcluirEssa Elane sou eu, essa tristeza é minha...
ResponderExcluirEssa tristeza sou eu, essa Elane é minha...
E o meu amor por quem escreveu esses dizeres é puro e maior!