sábado, 5 de junho de 2010

PERDÃO




Disseste-me que era a favor da liberdade, mentira!
És um paradoxo vivo, um não ser, o avesso, o contrário.
Não suportara ver outro que cá me enchia de mimos, enquanto brincávamos de ser feliz
Embora meus pensamentos insistissem na idéia fixa de sua imagem, o tempo inteiro.
Mesmo quando não era a tua boca que me beijava o corpo, nem a tua língua que invadia meu sutiã, mesmo afagada nos braços do outro que em prantos implorava por meu amor, com a face lavada das gotas de sereno, que caíram no auge das 2:30 h da madrugada.
As pegadas que deixaste na areia para que eu te seguisse, o vento borrou com facilidade
A onda veio e lambeu o resquício que ficara, embora saiba bem o caminho que me leva até você, íngreme escarpado, um caminho que já sei de cor, mas que por varias vezes temo em não saber o que me leva de volta pra casa, por que no fundo sei bem que isso que você quer, sinto de longe o calor com que me ditas essas palavras ofensivas que negam a todo custo, querendo me dizer o contrario, sinto a força que você faz pra parecer real esse desapego da minha pessoa.
Disseste que me amara desde o primeiro instante em que me avistara, eu te amei no primeiro momento em que te olhei nos olhos, (esses olhos tristes regados a lágrimas) ali no bar, quase embriagado, abandonado, surrado e vadio.
Senti teu ciúme doce, quando aquele outro me tocou as mãos, o mesmo ciúme que cresce a cada dia, feito um filho no ventre da mãe, quando me tomba nos braços daquele outro que não são os teus.
Diz-me entres aspas, nas frases das musicas, nas entrelinhas, palavras do teu amor, que não me convenceram e agora convencem menos ainda, hora me quer hora não me quer
Quer quando pensa que estou vazia do resto mundo, e não suporta quando o resto mundo me traga feito cigarro para longe de você.
“Rapas e restos” te incomodam não é mesmo? Entendi bem!
Então não jogue em minhas mãos a culpa, o desejo, seja lá como queira chamar o fato de se querer algo
“a mais” além do que possas me dar, porque é você quem quer, ASSUMA!
Meu mundo vai bem mais além de tua casinha de bonecas embora seja eu tão moça, tenho responsabilidades e mesmo não querendo tenho satisfações a dar a quem com esmero cuida de mim.
Perdoe-me se não posso doar-lhe todos os meus dias e todas as minhas noites
Perdoe-me se sou feito tempestade que vem bagunça tua casa e vai embora deixando “marcas no teu corpo”
Perdoe-me meu amor se não te posso ser “exclusiva” há mais pessoas que rogam por minha atenção, por meu afeto e por minha amizade além de ti e que eu não tenho como nem por que negar, já que quero o mesmo de volta delas.
Por que no final do dia, sinto falta das “chamadas não atendidas”, daquelas “cobranças”...
Ofereci a você a parte de mim que me cabia dar-te, sem mais.
Perdoe-me se mesmo tão alegre feito "criança" no parque de diversões, e tão cheia de vida não fui o suficiente pra você.

Leila Machado.

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