sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

DESPEDIDA


Despeço-me de ti hoje
Dos teus lindos olhos
Dos teus cabelos lisos e pretos
Da tua boca macia
Do teu abraço

Você nem reparou que eu partia
Você não viu as lagrimas enrustidas em meu riso
A tristeza que eu sentia em te deixar

Quero que lembre-se de mim
Com doçura, com encantamento
Quero ser pra sempre a menina de sorriso breve
A que parecia o tempo todo estar feliz
A que não tinha problemas
Porque quando estava perto de você, nada mais importava
A que sonhava um dia ser a mulher de sua vida
A que acreditou ser tudo em sua vida
Mas que nada pode ser
Além de um hoje, sem pensar no amanhã
A que te escreveu belas poesias
A que te agrediu quando se sentiu ameaçada
E que chorou quando te viu chorar.

Despeço-me de ti meu amor
Porque percebi que não adianta pintar os olhos e as unhas
Não adianta me enfeitar
Não adianta me perfumar
Não adianta lavar os cabelos
Você não sente a diferença dos cheiros
Você não difere as essências
Você se quer me vê
Seus lindos olhos têm outras prioridades a notar

Sei...
Talvez exista um compacto lugar
Para mim no seu coração
Um quartinho quente e sem janelas
E só!

Não vou mais brigar meu amor
Já reconheço
Já sei, meu lugar é aqui fora...
Tem nada não
Eu até gosto da chuva que cai fria nas minhas costas


É com lagrimas que te escrevo.

Ofereci-lhe meu amor como quem com carinho
Oferece uma rosa em sinal de delicadeza
Lembro-me agora o dia em que me disse:
- Mas eu não sei cuidar das flores!
Não te culpo por isso
Não te culpo por nada
Eu sou quem te pede desculpas
Por ser essa representação de coisa nenhuma
Essa sabe tudo que não sabe nada
Não chore, não sinta
Logo esse vazio passa
Essa saudade passa
Logo eu não serei nem lembrança
Da barriquinha de água de côco  ali de Ondina
Logo estarei no livro do esquecimento, empoeirado na estante
Perdoe ir-me embora sem uma despedida formal
Mas é que o meu amor por você estava me matando.

Leila Machado.


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